Além dos seus badalados cassinos, Macau tem a herança cultural portuguesa como uma das suas características mais marcantes. O Centro Histórico de Macau é simplesmente o melhor lugar para observar um pouco do legado que foi deixado pelos portugueses na cidade! Vários dos seus prédios datam do século XVII e há uma mistura interessante dos estilos arquitetônicos europeus e chineses. Historicamente, Macau foi por séculos um importante ponto de contato entre uma civilização ocidental e a China. O porto de Macau só perdeu sua importância com a Primeira Guerra do Ópio no século XIX, quando Hong Kong se transformou no porto ocidental mais importante na China. Esse processo de miscigenação acabou moldando a sua identidade cultural. A presença portuguesa fica ainda mais clara quando observamos a gastronomia local e a quantidade de padarias vendendo pastéis de nata para todo lado!
Um dos melhores jeitos de conhecer o Centro Histórico de Macau é fazer um passeio a pé pelas suas ruas e vielas. Aliás, a passagem de carros é proibida em vários pontos dessa região da cidade. Caminhando por ali, você vai descobrir muitas das suas jóias arquitetônicas. Entre elas, as Ruínas de São Paulo (que formam um dos cartões-postais mais conhecidos de Macau). Elas são os vestígios da Igreja da Madre de Deus e do Colégio de São Paulo que sobraram depois de um incêndio. No passado, eram prédios grandiosos e requintados. Depois que Macau entrou em decadência ao perder seu status de porto ocidental mais importante da China para Hong Kong, não teve como bancar a manutenção de tais edifícios nem a sua reconstrução (após o incêndio).
Saindo dali, outro lugar importante a ser conhecido é o Largo do Senado. Ele é o grande centro urbano de Macau usado para eventos públicos e festejos. A praça foi pavimentada aos moldes das calçadas portuguesas, com uma padronagem em ondas.
O templo de A-Má é considerado o marco zero de Macau e tem uma série objetos e artefatos de grande valor histórico. Dizem que quando os primeiros navegadores portugueses chegaram em Macau no século XVI e perguntaram o nome do lugar, responderam “A-Ma-Gau” (o nome do templo e não do território). Isso foi transcrito para os mapas portugueses como Macau. Não muito distante dali, temos o Quartel dos Mouros que tem um design português bem característico.
Uma das primeiras áreas a serem habitadas por colonos portugueses que se estabeleceram em Macau foi o Lilau. Além de várias casas em estilo colonial português, o lugar tem uma fonte que foi por algum tempo a principal fonte de água potável da cidade. Existe uma lenda que diz que quem bebe dessas águas acaba voltando a Macau. Perto dali, a Casa do Mandarin é uma construção que mostra uma incrível fusão de elementos ocidentais e orientais. Continuando o tour pelo Centro Histórico de Macau, a igreja de São Lourenço foi um legado dos jesuítas que primeiro trouxeram a fé católica para o Oriente.
No Largo de Santo Agostinho, temos uma pequena praça com calçamento em estilo português. Em volta dela, há vários edifícios e monumentos tombados pela UNESCO. Entre eles, a igreja de Santo Agostinho, o teatro Dom Pedro V, o Seminário e Igreja de São José e a biblioteca Sir Robert Ho Tung.
Para trás das Ruínas de São Paulo, temos outro lugar interessante: a Fortaleza do Monte. Ela foi a principal estrutura militar defensiva de Macau por muitos séculos. No passado, era equipada com canhões, munição e mantimentos suficientes para aguentar o cerco da cidade por até 2 anos. Hoje em dia, ela é sede do Museu do Macau e tem uma vista ótima para a cidade.
Para deixar o seu tour a pé pelo Centro Histórico de Macau completo, nada como parar para um pastel de nata e conferir se a receita macaense é mesmo diferente da portuguesa!
Enquanto estive em Macau, me hospedei no Mandarin Oriental Macau. Leia mais sobre a minha experiência no hotel aqui!